quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

FRANK FRAZETTA PINTANDO COM O FOGO LEGENDADO

 IMDB 7,0

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Frank Frazetta era boa pinta como um ator coadjuvante em um policial noir - um italianinho do Brooklyn musculoso, topetudo, com um sorriso canastrão. Era bom no desenho e no baseball - chegou a ser chamado para os New York Giants.
Frank passou a vida dividido entre ser esportista e artista. Malhou a vida toda. Atingiu o melhor equilíbrio. Frank, morto ontem, foi um dos ilustradores mais influentes do século 20 - e suas criações exibem a explosão muscular de um atleta nato. 
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Aos 16 anos, 1944, Frank estreou ilustrando quadrinhos. Na década seguinte faria de tudo um pouco, sempre aprendendo, sempre na melhor companhia. Foi, por nove anos, assistente de Al Capp em Ferdinando; publicou na EC Comics, editora dos melhores quadrinhos adultos do período; trabalhou com Harvey Kurtzman no clássico erótico da Playboy, Little Annie Fanny; desenhou de faroestes a Buck Rogers.
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Foi como ilustrador que deixaria sua maior marca. Primeiro, de pôsteres de cinema. Desenhou 15 pôsteres de 1965 a 1983, de O que é que há, Gatinha a A Festa do Monstro Maluco a Mad Max. Pagava bem melhor que quadrinhos - quatro, cinco mil dólares, o que Frazetta ganhava em um ano. 
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Mais importantes ainda foram suas capas de livro. A partir de 1966, Frazetta passou a ilustrar as capas da série Conan - e simplesmente reinventou a estética da literatura fantástica, disparando uma nova onda de interesse por fantasia e ficção científica e influenciando milhares de ilustradores pelo mundo afora.
Sem Frazetta não existiria a série em quadrinhos de Conan, muito menos os filmes. Suas capas para Tarzan fizeram o homem-macaco popular de novo; as ilustrações para a série John Carter of Mars, de Edgar Rice Burroughs, conectaram fantasia espacial com a nova geração dos 60 - do rock, das drogas, da contracultura.
tarzan1 Frank Frazetta: pintando com fogo
Frazetta fez a cabeça de pelo menos duas gerações. Uma cresceu e o chamou para trabalhar. Gente como Steven Spielberg, Francis Ford Coppola e George Lucas, para quem ele criou arte conceitual. Mas seu impacto no rock foi tão grande quanto nos quadrinhos.
A partir dos 70, muitas bandas passaram a usar temas de fantasia em suas letras e ilustrações fantásticas nas capas, e ninguém foi mais responsável que Frank Frazetta. De Molly Hatchet e Nazareth a Wolfmother, muitas bandas usaram sua arte na capa. Muitas outras chamariam ilustradores influenciados por Frazetta (Boris Vallejo!).
Frank continuaria pintando seus óleos por muitos anos, fazendo o que fazia melhor, e melhor que ninguém. Frazetta: Painting With Fire, um documentário precioso, mostra o leão no inverno, revisitando o velho bairro e amigos das antigas, fazendo uma tour de seus pequeno museu particular, não explicando porque fazia o que fazia.
John Buscema, Dave Stevens, Al Williamson e Simon Bisley são alguns criadores que prestam homenagem ao mestre. A coisa mais chocante do filme: a revelação de que Frazetta jamais utilizou referências ou fotografias para suas ilustrações. Veio tudo de sua imaginação. Monstros e feras e atmosferas e planetas e donzelas rafaelescas.
dr bod 121606 01 Frank Frazetta: pintando com fogo
Meu primeiro livro de Frank Frazetta se materializou na estante em cima da minha mesa, em lugar de destaque, no meu quarto de Piracicaba, quando eu fazia o colegial. Olhei cada centímetro quadrado daquele livro até minhas retinas derreterem.
Caro demais para eu ter comprado, deve ter sido presente; excêntrico demais para alguém dar de presente, deve ter sido comprado com dinheiro guardado de presentes. Mas onde eu teria encontrado esse livro? Não era produto típico para uma livraria de Piracicaba em 1981. Não existia internet. Mistério.
Por trás das imagens e histórias que comandam nossas atenções existe gente de verdade. Por trás de alguns dos grandes mitos e personagens do século 20 está um italiano do Brooklyn, fã de baseball, de carros rápidos, e de imagens que suam, sangram, latejam, fornicam, matam - e não podem ser esquecidas.
FONTE

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